segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O Tônus Muscular na Dança de Salão




Tônus Muscular - Conceituações

O Tônus muscular é o estado de tensão elástica (contração ligeira) que apresenta o músculo em repouso. O tônus muscular pode apresentar-se alterado numa avaliação diagnóstica. Quando o tônus muscular estiver aumentado (musculatura rígida), denomina-se hipertonia e quando o tônus apresentar-se diminuído (musculatura flácida), denomina-se hipotonia. (Wikipédia).

Quando o tônus muscular é equilibrado, é chamado de eutonia pela Psicologia Biodinamia. Todos experienciamos no decorrer da vida situações traumáticas, principalmente na fase infantil. Criamos defesas emocionais para lidar com estas e futuras situações a que tenhamos que vir a enfrentar. Estas defesas se apresentam em nossa mente e em nosso corpo. Uma das formas de manifestação no corpo é através da tonificação muscular.

Quando inibimos o fluxo de uma excitação, como prazer, angústia ou raiva, por exemplo, contraímos a musculatura, fazendo com que ela enrijeça e geramos a Hipertonia.

Quando o impulso é recuado para o inconsciente, deixamos de fazer contato com ele, a área do corpo que deveria estar envolvida na expressão é amortecida, perdendo os sentimentos e sensações normais dela, ocasionando a Hipotonia.

Para entender as alterações do tônus muscular, é importante considerar os fluxos de energia no organismo, dado que a hipotonia muscular está intimamente ligada a condições de baixa carga na região afetada. A falta de tônus, que é o gerador de limite, permite que a energia vaze, Na região hipertônica há grande concentração de energia, porém preza.

É difícil encontrar pessoas totalmente hipertônicas ou hipotônicas. É comum deparamos com musculaturas normais, hiper e hipo num mesmo indivíduo. Num corpo com predominância hipertônica, o corpo e a personalidade são excessivamente rígidos e inflexíveis, enquanto que no hipotônico são por demais maleáveis. Pessoas hipertônicas normalmente se adequam melhor às exigências sociais e são admirados por ter mais facilidade de conquistar dinheiro, parceiros sexuais e poder. Enquanto que indivíduos hipotônicos se mostram superiores se o critério priorizar itens como criatividade, desempenho artístico, desenvolvimento espiritual, intuição ou sensibilidade.

O tônus muscular varia conforme as situações, em situações de confiança e tranqüilidade, tende ao relaxamento. Por outro lado, ansiedade, medo e estresse evocam a hipertonia. Pode ser que um indivíduo se mostre hipotônico ou eutônico, mas, numa situação de vida determinada, reaja com hipertonia ao desafio. Ou ainda que se revele hipertônico, mas numa situação de conflito em sua vida reaja com resignação, colapso e hipotonia.

Eu gosto muito da analogia do tônus muscular com as cordas do violão, que se estiverem muito esticadas ou muito frouxas não produzirão um som claro e harmônico, assim acontece conosco, se a musculatura estiver muito contraída ou cronicamente relaxada, não responderemos harmonicamente às situções da vida quando formos tocados. O desafio está em conseguirmos afinar nosso corpo!


O Tônus Muscular na Dança de Salão

Como meu objetivo com o estudo da Psicologia Corporal é adquirir conhecimentos e ferramentas para melhorar o meu trabalho e a prática da Dança de Salão, esse tema veio muito a convir.

Para o bom dançarino se faz necessária uma boa tonificação! Primeiramente porque a musculatura é uma das principais responsáveis por manter a estrutura, a postura e o equilíbrio do dançarino. E segundo, porque a comunicação na dança entre o casal, se faz através do corpo, com a condução do cavalheiro e a resposta da dama.

O dançarino hipertônico, possui um corpo mais rígido, duro, o que faz com que seus movimentos sejam mecânicos, na maioria das vezes sem graciosidade, brutos e sem sentimento. O hipotônico, com o corpo mais mole, possui pouca identificação com o corpo e pouca energia, tem maior dificuldade de cordenação e baixa resistência.

O excesso de tônus por parte do cavalheiro na condução faz com que seja bruta e desconfortável, enquanto que o baixo tônus que a condução seja incompreendida. O excesso de tônus por parte da dama na resposta das conduções faz com que a dançarina fique pesada e que limite os movimentos, e a falta de tônus faz com que não responda a condução ou que o faça de forma lenta e atrasada.

A Dança é uma ótima forma de tonificar a hipotonia, fazendo com que o corpo se carregue com mais energia e que adquira mais firmeza e resistência. Em compensação, se mal trabalhada pode aumentar a rigidez em hipertonias e contrair musculaturas normais (eutonia).

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Continuar no raso ou mergulhar???


- Vai continuar aí? no raso?
- Han?
- É isso! Por que não mergulha?
- É que... sei lá... dá medo!
- Medo do quê?
- Não sei...
- Medo de ser inundado?
- É, talvez... medo de perder o controle!
- E se isso acontecer?
- Não sei! Por isso é que dá medo?
- Acha que isso pode te matar?
- (silêncio) Não!
- Então?
- Mas é que... eu não sei como vai ser! o que vou sentir... pode ser muito bom, mas também pode doer!
- Só tem uma forma de descobrir!
- Ah, falar é fácil!
- Você está feliz aí no raso?
- Não!
- Quer continuar vivendo assim?
- (silêncio) (uma suspirada) Não...
- Então mergulha!
- Mas o mar não parece dos mais tranquilos...
- Nem sempre o mar que precisamos mergulhar é o mais tranquilo, mas aquele que se encontra a nossa frente e que não conseguimos desviar.

sábado, 28 de julho de 2012

O que a Dança significa para você?

- O que a Dança significa para você? - perguntaram para mim.


- Tudo! É o meu trabalho e também o meu lazer! É onde eu me encontro e também onde me perco! Onde faço contato com parceiras, amores, amigos, ambientes, música! Contato comigo, com o meu corpo e com meus afetos! É onde eu posso ser eu mesmo, ou ser qualquer um, ou ninguém! Onde posso assumir os meus vários Eus e as minhas várias formas! É a minha máxima expressão! Um momento de desligar do mundo externo e viver ali, com tudo o que a dança, a música, o ambiente, o par, as emoções, os sentimentos podem me proporcionar durante aquela dança!


Dançar para mim é viver visceral e intensamente!!!



E para você, o que a Dança significa? Aproveite o espaço dos comentários e compartilhe conosco! ;) 

terça-feira, 26 de junho de 2012

Alma?


Começou na sexta à noite! Não, antes, durante o dia. Enquanto fazia o trabalho da pós. Cola um pedaço aqui, emenda ali, complementa cá... O texto tinha coerência, mas faltava algo... uma identidade! A noite, durante a aula, a professora cita um sociólogo, que diz que as pessoas estão performáticas, agem conforme dita a sociedade, não possuem um jeito seu.

Sábado, estava mais atento e espontâneo durante suas aulas. Para compensar a semana anterior, onde saiu esgotado e concluiu que deveria ter respirado mais, sentido mais. Um fato chamou a atenção: os alunos dançando mecanicamente uma rica música. Mas já era a última da aula, não dava mais tempo de trabalhar, ponto para a próxima aula. A amiga tinha feito a mesma leitura. 

A noite, o monólogo que assistiu, falava de um advogado arrogante. Arrogante não só como profissional, mas como pessoa. Prepotente e ausente de sentimentos. Ocorre um suicídio. E abate sobre o personagem, um sentimento de culpa ou perda, não sei se um ou os dois, mas que o faz refletir sobre sua vida. Percebendo que era uma vida sem sentido, passou a morrer um pouco a cada dia.

No domingo, o tema da aula, na pós, era Monografia. A professora, que não era a mesma de sexta, começa falando de alma! Alma? Numa aula de monografia? Sim! Devemos envolver nossa alma em tudo o que fazemos! Caramba! Esse tema tá recorrente no fim de semana! Vários nomes, várias formas! E fecha com Alma!? Faz sentido... Vou até escrever sobre isso! 

Na segunda acorda com a idéia latente de escrever sobre o tema. Num daqueles diálogos internos, uma voz diz: - porque não escreve em forma de conto? – Mas eu nunca escrevi um conto! – Tenta!


“Quando a alma está envolvida, o trabalho não é realizado apenas pelo ego, ele vem de um lugar mais profundo, e por isso não é desprovido de paixão, espontaneidade e graça”. (Thomas Moore)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A Dança - por Alcione Lara

por: Alcione Lara (fiapo)

Mexer-se é bom demais! Acompanhado então, maravilhoso. E com música....
Parece óbvio. E, é? Não sei. Sinceramente, tenho a impressão que no Brasil musical, pouco se dança. Saculejar-se - não sei se existe esta palavra -, é da nossa cultura mas dançar, dançamos mal e pouco. Prova disso são as mulatas que em grande numero sambam no pé mas em geral não sabem dançar um samba conduzidas por um cavalheiro.
Dança no meu entendimento, deveria fazer parte do curriculum escolar básico. Assim, desde pequenos dançaríamos e com certeza teríamos em nossa formação um valor agregado maior.
A dança, faz bem à saúde. Pelo mexer-se, fisicamente. Pelo relacionamento social, psiquicamente/emocionalmente.
Especficamente, a dança de salão dá suportes interessantes à educação para o relacionamento e convívio social em geral.
O cavalheiro na aprendizagem da condução, desenvolve a atenção para as damas, desenvolve a gentileza e a capacidade de moderar a sua força e orientá-la no sentido mais eficaz e delicado enquanto que a dama, aprende a valorizar-se e conter-se e esperar o momento mais preciso para participar do movimento cênico de acompanhar o cavalheiro.
Tivéssemos aulas de dança desde pequenos, seríamos mais gentis, sensuais, cortezes e ao mesmo tempo mais efetivos na maneira de ser e fazer, seríamos mais alegres e saudáveis sem dúvida.
Isso é o que penso no geral para todo mundo.

Coreografia de Samba no Espetáculo Sensações da Dance Sempre, 2011.

Pra mim a dança tem me dado muito.
Comecei aos 59 e alguns meses a dançar. Me sacudia pois dançar não sabia.
Tenho conhecido e convivido com pessoas interessantes fazendo novas amizades, ouvindo e conversando e rindo muito. Acho que sou o aluno mais velho na escola e me sinto um piá no meio dos piás e das meninas a maioria de menos de 30 anos.
O mexer-se, tem feito muito bem para minha saúde e a aprendizagem também pois além do desafio físico está presente o mental e emocional.
De início, tinha vergonha e medo do contato com as damas.... coisas da educação de outros tempos. Tive a oportunidade inclusive de superar o desafio de dançar com um homem quando certo dia não havia damas suficientes na aula e hoje posso rir, mas naquele dia tive de superar um desconforto inexplicável pela ignorancia de então. Dancei aprendendo com o professor Diogo, meu primeiro professor de dança.
Pois é, passaram-se mais uns tres meses e o professor Samuel também da Dance Sempre me convidou para fazer parte de uma apresentação num espetáculo da escola Dance Sempre... e lá fui eu, meio atrapalhado e empurrado pela turma e ajudado por todos e acabei fazendo parte do desenvolvimento e apresentação de uma coreografia belíssima criada pelo citado Samuel.
Finalizando, digo que a dança tem feito bem à minha saúde física, mental e emocional e além disso tem me oferecido muitas escolhas de amizade e aprendizado.
Recomendo a dança para todos!
Abraços.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Endo, Meso ou Ecto - Qual o seu tipo?

Os Tipos Constitucionais são organizações somáticas herdadas e determinam o modo como as pessoas experienciam a si mesmas e como o mundo faz sentido para elas.

Segundo Willian Sheldon, pioneiro da tipologia constitucional, cada pessoa nasce com uma disposição constitucional que está ligada às camadas embriológicas, essas camadas são: camada visceral, constituída dos órgãos internos; tecido conjuntivo, constituído de músculos, ossos e coração; e camada superficial, constituída de pele e nervos.

Os Tipos Constitucionais:

Endomórfico - Emoção - Contato
Corpo: em formato de pêra, peito e pelve grandes.
Características: sociáveis, pacientes e bons cuidadores. Presença forte. Viscerais. Respostas lentas.
Relacionamento: gostam de reunir pessoas em torno de si. Possuem compaixão e empatia. Buscam intimidade e prazer sexual, mas podem se tornar invasivos e exigir ser servidos pelos outros.

Mesomórficos - Ação - Movimento
Corpo: quadrado, ossos e músculos fortes.
Características: ativo, aventureiro, amante de atividades físicas. Em busca de um sonho.
Relacionamento: poder e conflito, ganhar, perder ou recuar. Preferem aproximar-se dos outros. Simpáticos e empáticos, muitas vezes lhes faltam suavidade e compaixão.

Ectomórfico - Pensamento - Sensorial
Corpo: membros, pescoço e dedos longos, cabeça pequena.
Características: alertas, atentos, cautelosos, sensíveis, tímidos e furtivos. Coletores de informações.
Relacionamento: independentes, gostam do contato mas sem excessos. O dilema é ter contato e ir embora sem ofender. Mais simpáticos que empáticos.


Cada uma de nós é uma combinação dos três tipos. Sentimos, pensamos e agimos. Cada tipo têm um código que os impulsiona para uma certa direção de vida. Porém, muitos problemas de vida podem ocorrer por causa da inadequação constitucional, como tipos constitucionais dos pais refletindo nos filhos ou papeis determinados pela sociedade.


Os Tipos Constitucionais na Dança de Salão:

Endomórfico: contato é com eles mesmo! Os cavalheiros são os mais atenciosos com os pares, as damas são as que mais se entregam e se deixam conduzir. São mais lentos no movimentos mas os que mais sentem prazer na atividade. Como evitam atividades físicas, gostam do contato, da socialização e da agitação da dança. Se não conseguem encontra prazer em um passo, ritmo, dança ou parceiro, evitam a todo custo.

Mesomórfico: movimento e ação, essa é a praia deles. Aprendem com facilidade e executam com personalidade. Possuem resistência e força física e explosão muscular. Têm foco na execução e desempenho, querem fazer mais e melhor, adoram competir e aparecer. A aula, o par, a dança deve desafiá-los, se não perdem o interesse e se desmotivam. Cavalheiros tem uma tendência à usar a força para conduzir e as damas a executarem os movimentos sem condução.

Ectomórfico: tímidos, a dança é um desafio para eles, primeiro pelo contato, eles gostam de contato, mas não em excesso, abraçam mas não chegam muito perto, e em segundo porque possuem pouco consciência e contato com o seu corpo. Concentram uma atividade intensa na cabeça, quando esta deveria estar no corpo durante a dança. Têm baixa resistência física. Possuem uma percepção aguçado do par, do salão, do ambiente. Assimilam muito bem as técnicas e quando conseguem corporificar a dança são muito criativos.


Qual o seu Tipo Constitucional???


Referências Bibliográficas:
KELEMAN, Stanley. Amor e Vínculos: Uma visão somático-emocional. São Paulo: Summus, 1996.
KELEMAN, Stanley. Mito e Corpo: uma conversa com Joseph Campbell. São Paulo: Summus, 2001.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

5 ANOS ensinando Dança de Salão! Um resumo da minha história.

Neste início de Fevereiro estou completando cinco Anos como Professor de Dança de Salão. O que começou como oportunidade, numa demanda de necessidade e com um medo, foi envolvendo, tomando conta, e já há alguns anos virou profissão, e estou muito satisfeito e feliz com ela!!!

Para quem quiser conhecer vou contar resumidamente minha história com a Dança de Salão.

Começou ainda criança, eu tinha uns 10 anos e naquela época minha família costumava se encontrar bastante para comemorar os aniversários, e duas primas minhas com mais duas primas delas dançavam lambada ao som do Trem da Alegria, eu ficava morrendo de vontade de dançar, mas a vergonha me dominava! Então prometi para mim mesmo que quando eu crescesse aprenderia a dançar.

Em 2000, após ter feito um ano de faculdade e trancado, pensei no que poderia fazer no meu tempo livre, então passando pela rua de casa vi uma faixa divulgando a turma de Dança de Salão em uma academia, aí me veio o start, é isso que eu vou fazer!

No camarim do Baila Floripa, 2003.

Convidei meus primos e fomos, fizemos aula e gostamos, então o professor indicou a escola de dança na qual dava aula, falou que as aulas na academia não desenvolviam muito. Fomos conhecer. O professor era o Carlinhos Moro e a escola a Oito Tempos (na época era da Sandra Ruthes e do Paulinho - antes de virar Jaime Aroxa). Fiz um ano de aula lá com o Carlinhos e a Sandra. Fomos para lá em 5 pessoas, um primo, as duas primas que dançavam lambada e uma tia delas. Eles foram parando gradativamente, ficamos somente minha prima Josi e eu. No ano seguinte fomos fazer aula com a Tatiana Asinelli, que havia sido parceira do Carlinhos. Boa época essa, tínhamos um grupo que saíamos para dançar umas três vezes por semana e ainda nos reuníamos na casa de alguém no fim de semana para praticar. Dessa turma fazia parte meu até hoje grande amigo Elias Ferreira, que citarei a frente.

Uma pessoa desse grupo, a Maria Alice, montou uma escola de dança, a Dançare, ela reuniu no mesmo lugar dando aula o Carlinhos e a Tatiana, foi bem bacana, mas escola não durou muito.

Nesse período estava namorando uma menina que conheci através da dança, e coreografados pelo professor dela, o Nil Ramos, dançamos, vestidos de punk, um soltinho no Baila Floripa de 2003, foi muito show!

No ano seguinte me afastei da dança por dois motivos, o primeiro é que sempre que saia com a namorada para dançar, acabávamos estressados, pois quando os movimentos não aconteciam como gostaríamos um culpava o outro - coisa que acontece com boa parte dos casais, mas que na época não soube lidar - e o segundo motivo é que comecei a fazer faculdade, aí não sobrava muito tempo e nem dinheiro.

Essa faculdade eu terminei! E o namoro também. Sou formado em Tecnologia em Marketing de Varejo pela OPET.

Minha primeira coreografia: Saudades de Jackson, 2006 - Diogo e Marcia.

Mas como a dança é algo viciante, não consegui ficar longe por muito tempo. Meu grande amigo Elias Ferreira havia se casado com a Janaisa, eles se conheceram na Dançare e eu tive a felicidade de ser padrinho do casamento. Ela já era professora de ballet e ele tinha muita vontade de dar aulas de Dança de Salão, então eles montaram uma escola no Capão da Imbuia chamada Primeiros Passos. Eu passei a frequentar, ajudando nas aulas, substituindo-os quando viajavam, fazendo aula de tango - eles dançavam muito bem Tango - Em 2006, tive a oportunidade de montar montar minha primeira coreografia, algo que já desejava a um tempo, um samba de gafieira, Saudades de Jackson, apresentado no espetáculo de fim de ano, A Praça é de Todos. Quem dançou comigo foi a Marcia Toledo, começamos como parceiros e terminamos como namorados.

Como eu tinha facilidade para ensinar, muitas vezes me perguntavam por que eu não dava aula, e eu sempre respondia que a dança era um hobby para mim. Até que em 2007 caiu no meu colo a oportunidade de dar aulas de Dança de Salão, o Elias havia sido convidado para dar aula em duas academias, mas para ele não era interessante deixar sua escola, então ele me indicou. Naquela época eu era proprietário de um Café & Confeitaria. Como todo início de negócio tem suas dificuldades e o dinheiro que entrava lá mesmo ficava, então eu aceitei para ter uma renda extra.

Assim comecei, com medo que a minha paixão depois que virasse obrigação perdesse o encanto! Na Academia Débora de Carvalho fiquei por seis meses e na Academia Vip Fit estou até hoje. A Marcia era minha assistente no início. E o medo era apenas uma ilusão, a paixão ganhou uma nova proporção! O mesmo tesão que tinha dançando, tinha dando aula!

Espetáculo Duas Artes da Flor de Lótus, 2009 - Diogo e Daniele Brongel.

O meu empreendimento eu cansei e vendi em 2007, nove meses depois de ter comprado. Veio um novo trabalho, o desemprego, o trabalho como vendedor de carros, e sempre dando aulas!

Na metade de 2008, durante uma das minhas seções de terapias com florais, minha terapeuta me perguntou por que eu não trabalhava só com dança, já que era algo que eu gostava e alguns meses ganhava mais do que como vendedor! Aquela pergunta foi um choque para mim! O medo inicial voltou! Dar aulas de dança ainda era um trabalho complementar, que se eu não quisesse mais era só parar, mas a partir do momento que virasse minha única fonte de renda não seria fácil voltar atrás, além de que eu já contava com 27 anos de idade, já tava na hora de dar certo em alguma coisa e, a imagem que passam é que não é fácil viver da arte. Mas felizmente tem dado certo! Sabe quando te dizem para trabalhar em algo que gosta, que você faria de graça se não precisasse do dinheiro? Eu sei muito bem o que é! A sensação que eu tenho é 'ainda me pagam para fazer isso'!

No final de 2008, no período da crise que abalou principalmente o mercado automobilístico, as lojas começaram a demitir, pedi para ser incluído nessa lista. E, a partir do 2009, passei e me dedicar integralmente a carreira de Professor de Dança de Salão!

Coregrafia Trio Forrozeiro no Espetáculo Sensações da Dance Sempre, 2010.

No meu currículo tenho:
Academia Vip Fit - 5 anos;
Stark Sports - 4 anos;
Play Academia - 2,5 anos;
Dance Sempre Espaço Cultural - 2 anos.

Além dessas que trabalho atualmente, tive:
Academia Débora de Carvalho - 6 meses;
Academia Heavy Weight - 2,5 anos;
Estúdio Flor de Lótus - 1 ano;
Academia Flex - 1 ano.


Tenho metas, projetos, idéias... Uma das metas é publicar um estudo que estou fazendo sobre Dança de Salão e Psicologia Corporal, minha especialização termina no final do ano, ainda tenho um tempinho. Uma idéia é ter minha própria escola, mas essa não tem urgência. E tem outras coisas, que conforme a oportunidade vocês acompanharão por aqui.


Quero aproveitar para deixar aqui meu agradecimento às pessoas que tiveram participação importante nessa história:
Amigos: Elias Ferreira e Janaisa Maes.
Mestres: Carlinhos Moro, Tatiana Asinelli, Sandra Ruthes, Giuliana Mafio e JuChocolate.
Alunas, amigas, parceiras, assistentes, e algumas também namoradas: Marcia Toledo, Kelly Cristina, Viviane Lazzeris, Laís Alves, Carolina Rocion e Aline Michels.
Pessoas que acreditam no meu trabalho e me dão oportunidade: Alex Colin, Regina Monticelli e André Vicente.
Alunos e amigos: Luis e Rosangela Duarte, Rafael Adão, Daniele Oliveira, Eliane Camargo e muitos outros que deixariam essa lista infinita mas que se não estão próximos corporalmente o estão virtualmente.

Muito obrigado a todos que ajudaram a construir essa história e aos que ainda fazem parte dela!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Um vídeo para exemplificar a última postagem

Vi esse vídeo poucos dias depois da minha última postagem, a de 'Técnica e Espontaneidade na dança', e ele exemplifica muito bem o que escrevi lá. A dança não é de salão, mas é um duo e tem o mesmo valor!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Técnica e Espontaneidade na dança

Algumas pessoas já sabem, também já citei em outras postagens aqui, que estou fazendo uma especialização em Psicologia Corporal, com o objetivo de trazer e desenvolver novas ferramentas para trabalhar a dança de salão. E têm sido muito satisfatório os resultados, estão indo muito além das minhas expectativas inciais. Minha meta é publicar esse estudo. Enquanto isso não ocorre vou postando aqui algumas idéias, teorias e resultados das experimentações.

Tenho observado muito a forma de dançar das pessoas, desde iniciantes até profissionais, passando pelos estilos de cada ritmo, e com isso analisando o que agrada e o que não, e o porque. Essas observações tem um objetivo de estudo e também de acrescentar na minha forma de dançar e de lecionar.

Uma coisa que tem me chamado muito a atenção é que muitos dançarinos se apegam demais as técnicas, ou a passos, e esquecem de pôr sentimento na dança, o que para mim deixa um imenso vazio! É como ver uma bailarina de caixinha de música, não tem vida! Mas o contrário também não satisfaz! É gostoso ver um casal se divertindo no salão, mesmo sem nenhum conhecimento de dança, apenas vivendo o momento, a sua alegria é contagiante, mas fica faltando um conhecimento de causa para que os seus movimentos causem o mesmo sentimento.

Então meu ideal de como deve ser a dança vagava entre essas duas idéias, mas sem ter chegado a uma definição ainda, até que lendo o livro Bioenergética de Alexander Lowen (a Bioenergética é uma das linhas da Psicologia Corporal), no capítulo de Auto-expressividade e espontaneidade, o autor citou: "O desafio do artista é como manter um alto nível de execução sem perder o sentimento de espontaneidade de suas ações, que confere vida e prazer ao que estiver fazendo." É isso!!! É preciso ter técnica para atingir um alto nível, mas também precisa ter vida, sentimento e prazer durante a execução, precisa ser espontâneo, senão pode até ser bonito, mas nunca será encantador!!!