sexta-feira, 17 de julho de 2015

Monografia: QUEM DANÇA É MAIS FELIZ - Parte 10 - Final

     CONCLUSÃO! Chegamos à última parte da publicação da Monografia. Estou muito feliz em compartilhar com vocês o conteúdo deste estudo.Consegui com as aulas, leituras, pesquisas, observações, terapia e conversas, encontrar respostas para os questionamentos e dificuldades citados no início do trabalho. O estudo da Psicologia Corporal me auxiliou a compreender que conflitos psicológicos limitam o fluxo de energia, levando o organismo a funcionar aquém do seu potencial, mas que a Dança de Salão pode funcionar como uma terapia e auxiliar o aluno à superar estas questões e com isso aumentar sua vitalidade e como consequência sua segurança, auto-estima, criatividade, espontaneidade e disposição à busca do prazer. Outro grande acréscimo que tive enquanto profissional, foi a forma de ver o aluno, uma diferença entre o professor e o terapeuta é que o professor trabalhar o conteúdo que ele quer transmitir, na maioria das vezes previamente preparado para a aula, e o terapeuta trabalha a necessidade do seu cliente naquele determinado momento. Acrescentei ao meu professor o terapeuta, trabalhando o conteúdo a ser transmitido, mas sempre olhando para o aluno ou a turma e sentindo qual a sua necessidade para aquele momento, o conteúdo deixou de ser o foco, este mudou para o ser-humano com quem estou trabalhando. Confesso que esta forma de trabalhar é mais difícil, exigi conhecimento e flexibilidade, mas o resultado é muito gratificante tanto para o aluno quanto para mim enquanto profissional e ser humano!

   
Vamos dançar, porque QUEM DANÇA É MAIS FELIZ!





QUEM DANÇA É MAIS FELIZ: AUMENTANDO A VITALIDADE POR MEIO DA BIOENERGÉTICA E DA DANÇA DE SALÃO 


Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista em Psicoterapia Corporal no Curso de Pós Graduação em Psicologia Corporal, Instituto Reichiano.




14 CONCLUSÃO

     A proposta deste estudo entre psicologia e dança, foi compreender como o indivíduo reduz sua vitalidade e como isto se reflete no seu corpo e na sua dança. Para viver, dançar e enfrentar as pressões da vida diária é necessário ter energia. As tensões corporais, que são o lado físico dos conflitos psicológicos, limitam o fluxo de energia através do corpo, que prejudica a respiração, a mobilidade, as sensações, a espontaneidade e a auto-expressividade da pessoa, levando o organismo a funcionar aquém do seu potencial. Como o corpo é auto-regulável, produzirá apenas a energia necessária para o seu equilíbrio, e com a vitalidade limitada e reduzida, o ciclo tende a se manter até que sofra uma interferência. Neste ponto a dança de salão se mostra muito útil, além de ser uma atividade que proporciona prazer, que é o objetivo primário da vida, o desenvolvimento de uma atividade física aumenta o metabolismo e por conseqüência a produção de energia; para que o dançarino consiga aumentar sua resistência física precisará melhorar sua respiração, melhorando o fluxo respiratório irá obter mais oxigênio, que irá aumentar o metabolismo e produzir mais energia. Com a dança o indivíduo melhora sua coordenação motora e aumenta sua flexibilidade; com a descontração de tensões e o aumento da mobilidade, o corpo passa a sentir mais e com isso a responder espontânea e criativamente, e sendo a dança uma atividade auto-expressiva, o ciclo que resultará no aumento da energia e por consequência da vitalidade da pessoa, estará completo. Esta vitalidade estará disponível ao indivíduo não somente para o uso na prática da dança, mas também, para a sua vida diária. 
     Considerando a terapia uma forma de reaprender e reprogramar a mente e o corpo, podemos ver a dança de salão como uma forma de terapia, onde o praticante reaprende posturas, comportamentos, ações e movimentos, e recebe estímulo à criatividade, espontaneidade e auto-expressão, aliado ao fato de ser uma atividade que proporciona prazer. É essencial ressaltar que a dança de salão, como uma forma de terapia, não substitui o acompanhamento psicológico em casos de problemas emocionais mais graves, mas pode ser útil como complemento no tratamento. A terapia na forma analítica ou com outras abordagens corporais, como massagens, por exemplo, também são de grande auxilio ao dançarino para compreender e a superar dificuldades.
    Abrindo o leque de pesquisa existem diversos outros aspectos onde a psicologia auxilia a compreender os comportamentos e as dificuldades dos dançarinos. Um aspecto que vale ressaltar, e que é a principal diferença entre a dança de salão e diversas outras danças, é o fato desta ser praticada por casais e na forma de improviso, a relação tão próxima de pessoas de sexos opostos, com a reação direta como resposta ao estímulo do parceiro, reflete diretamente no comportamento do dançarino, e só este aspecto seria conteúdo para o desenvolvimento de todo um estudo. Fica aqui a proposta, para que sejam desenvolvidos mais pesquisas e estudos na área de dança e que possamos ter mais referências para consultar e aplicar. 
     Com este estudo podemos concluir que, de acordo com a visão da bioenergética, a dança de salão pode contribuir significativamente na ampliação da vitalidade do indivíduo, aumentando sua disposição para encarar suas próprias tensões, assim como as tensões da vida diária, além de ampliar sua disposição para a busca de prazer. A qualidade dos resultados que se pode alcançar com a dança de salão depende muito da escolha do profissional, infelizmente é uma modalidade onde não se exige uma formação específica para atuar, com isso encontramos muitos profissionais despreparados e que não possuem consciência do quanto seu trabalho está influenciando no comportamento e no corpo de seus alunos ou dançarinos e que muitas vezes podem estar prejudicando ao invés de beneficiar. A prática da dança de salão além de ser uma atividade que auxilia no alívio das tensões diárias, pode ser fonte para o aumento da vitalidade e melhora do potencial para enfrentar as dificuldades e para a busca do prazer.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Monografia: QUEM DANÇA É MAIS FELIZ - Parte 9

     Último capítulo da Monografia, penúltima parte das postagens sobre ela... está terminando... A mono fecha com o capítulo Auto-expressividade, tema intrínseco à dança. O que limita nossa expressão na dança, movimentos aprendidos x espontâneos, ego x self, poder x prazer, questões que refletem diretamente na dança de cada um, independente se é um dançarino de baile que nunca fez aula, um aluno ou um profissional que vive da arte.


     Sabe o que diferencia um dançarino que encanta com sua arte, independente do nivel, de outro extremamente tecnico e que executa movimentos dificeis mas que não consegue deslumbrar o público? A forma como ele se expressa!

    Boa leitura!!!


QUEM DANÇA É MAIS FELIZ: AUMENTANDO A VITALIDADE POR MEIO DA BIOENERGÉTICA E DA DANÇA DE SALÃO 


Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista em Psicoterapia Corporal no Curso de Pós Graduação em Psicologia Corporal, Instituto Reichiano.



13 AUTO-EXPRESSIVIDADE

     A auto-expressividade descreve as atividade livres, naturais e espontâneas do corpo. Toda atividade do corpo contribui para sua auto-expressão, desde as mais simples como andar e comer, até as mais sofisticadas como cantar e dançar. O indivíduo se expressa em qualquer ação que executa ou movimento que seu corpo realiza. Mas não é só através de ações e movimentos que nos expressamos, a forma e o contorno do corpo, sua cor, cabelo, olhos e sons identificam o indivíduo. Para Lowen & Lowen (1985, p. 57), a maior e mais importante parte de nossa auto-expressão é inconsciente. “Um movimento gracioso, um brilho nos olhos de alguém, o tom de voz, uma vivacidade e vibrações gerais, expressão mais o que somos, do que palavras e ações”. Mas segundo eles, estas qualidades não podem ser cultivadas deliberadamente pelas pessoas, “são manifestações de saúde física e emocional”.
     Lowen (1982, p. 229) atribui a qualidade essencial da expressividade à espontaneidade e não a consciência. “Quando comparamos comportamentos espontâneos com comportamentos aprendidos, fica clara a relação dos primeiros com a auto-expressividade”. Considerando o comportamento aprendido uma manifestação do ego e a espontaneidade do self (si próprio), a maioria dos nossos atos contém tanto um elemento aprendido quanto um espontâneo. Quando o controle (ego) e a espontaneidade estão em harmonia a ponto de um suplementar o outro ao invés de tolhê-lo, garantem aos nossos comportamentos maior objetividade e um nível de prazer o mais elevado possível. (LOWEN, 1982, p. 231). Usando a dança como exemplo, a simples repetição dos movimentos aprendidos na aula, por mais que se aplique a mais apurada técnica, não faz com que a dança seja encantadora para quem compartilha ou quem assiste, mas se esta for acrescida de espontaneidade, irá expressar as sensações que a dança, a música e o contato como o par estão lhe proporcionando e com isso a dança não terá apenas movimentos mas expressará vida e proporcionará prazer.
     “O prazer é o elemento chave para a auto-expressividade”. (LOWEN, 1982, p. 230). Sentimos prazer enquanto nos expressamos, essa sensação pode ser moderada ou até extasiante (no sexo). O prazer de se auto-expressar não depende de resposta do meio ambiente, podemos, por exemplo, sentir prazer dançando, isso independe das reações dos outros, porém nosso prazer pode aumentar ou diminuir pela reação dos outros, como se somos elogiados ou criticados pela nossa dança.
     Cantar, assim como dançar, são ações naturalmente expressivas, mas que podem perder suas qualidades quando se transformam numa exibição, ou seja, quando se está faltando o impulso espontâneo para o ato. Pode-se até sentir uma satisfação do ego, mas quando se diminui a espontaneidade o prazer se reduz proporcionalmente. “O desafio do artista é como manter o alto nível de execução sem perder o sentimento de espontaneidade de suas ações, que confere vida e prazer ao que estiver fazendo”. (LOWEN, 1982, p. 231).
     Uma pessoa bloqueada na sua habilidade de expressar sensações e sentimentos, como incapazes de chorar, que não podem esbravejar, que têm medo de mostrar medo, que não podem pedir ajuda, que não ousam protestar; está amortecendo seu corpo e reduzindo sua vitalidade. (LOWEN & LOWEN, 1985). Quando a auto-expressividade está bloqueada ou limitada, a pessoa poderá compensá-la projetando uma imagem do ego. Para Lowen (1982), o modo mais comum de fazer isso é através do uso do poder, mas segundo ele, isto é somente reflexo do senso de inferioridade a nível de si mesmo e de sua expressividade e, adverte que o poder cria apenas uma imagem maior, não um self maior. O autor cita como outra forma de compensação, a pessoa que precisa possuir uma casa grande, um carro potente ou muitas posses para superar uma sensação interna de pequenez, e ressalta que este poderá ser rico, já que esta é sua ambição, mas continua sendo pobre em sua vida interior (espírito) e em sua maneira de automanifestação. Estas observações nos auxiliam a compreender porque muitos artistas e atletas acabam não dando importância aos bens materiais, pois conseguem expressar-se grandiosamente em seus trabalhos e obter, com isso, um prazer imenso, não havendo carência de satisfações egoicas de poder ou posses.
     Lowen (1982, p. 232) apresentou uma linha direta conectando a energia à auto-expressividade:

Energia – mobilidade – sentimento – espontaneidade – auto-expressividade

     A mobilidade do corpo está relacionada ao seu nível de energia. Para mover-se o corpo precisa de energia, se o nível energético está baixo a mobilidade decresce. Com a mobilidade reduzida o fluxo de sentimentos fica limitado, reduzindo ou ainda anulando a espontaneidade e a auto-expressividade. A sequência também opera no sentido inverso, se a auto-expressividade de uma pessoa estiver bloqueada, sua espontaneidade estará reduzida, o que afetará negativamente a afetividade, que por sua vez diminui a mobilidade do corpo e deprime o nível energético.
     É fácil de visualizar essa linha num dançarino, se seu nível energético está baixo, sua mobilidade vai estar reduzida e irá comprometer toda a sua dança. No inverso, se ele for bloqueado na sua auto-expressividade, reduzirá sua espontaneidade, perderá a afetividade, diminuirá a mobilidade e a produção energética será menor para manter o equilíbrio do corpo.


REFERÊNCIAS
LOWEN, Alexander. Bioenergética. São Paulo: Summus, 1982.
LOWEN, Alexander; LOWEN, Leslie. Exercícios de bioenergética: o caminho para uma saúde vibrante. São Paulo: Ágora, 1985.

Forrós para ouvir

Vários alunos me pedem indicação de Forrós para ouvirem, então decidi fazer um post para auxiliar nessa busca. O único critério que vou usar é o meu gosto, o que mais ouço ou utilizo nas aulas. Então vamos lá!



Na minha última pasta de forró estão dois ótimos Trios, TRIO MACAÍBA e TRIO BASTIÃO, além de COISA DE ZÉ que gosto muito! OS 4 MENSAGEIROS fazem parte da minha história com o forró, a coreografia Trio Forrozeiro foi com música deles, além algumas apresentações de improviso. 

Esse ano tivemos DONA ZAIRA no Superstars e no ano passado BICHO DE PÉ, dois grupos muito bons e que tiveram bom destaque no programa!

Vamos aí, grupos das minhas playlists, GUENTAÊ, NÓ DO FORRÓ, RASTAPÉ, TRIO DONA ZEFA, TRIO HAVENGAR, TRIO SINHÁ FLOR, TRIO VIRGULINO, CAIANA, FORROÇACANA, ESTAKA ZERO e FORRÓ NA CONTRAMÃO.

Tem dois grupos que gosto e são muito ricos musicalmente o FORRÓ LUNAR de Brasília e o GUAYPEKA de Floripa!

ALCEU VALENÇA e DOMINGUINHO não podem ficar de fora! Tem um álbum do Dominguinhos e ELBA RAMALHO fantástico!

Tem muito mais coisa! Citei alguns, principalmente da geração mais nova do forró, mas felizmente temos muita coisa para ouvir em se tratando de forró!

Tem um site chamado Forró em Vinil, onde ó possível baixar muitos forrós, álbuns inteiros estão disponíveis. http://www.forroemvinil.com/

Quem quiser ouvir forró online recomendo a Rádio Forroots, do meu amigo Tio Eli Moura. http://www.forroots.com.br/

Para quem quer conhecer um pouco a história do forró, recentemente descobri um blog bem bacana, o Por amor ao forróhttp://forropedeserradf.blogspot.com.br/

O que mais você gosta de ouvir que não foi citado aqui? Compartilha conosco nos comentários! ;)

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Monografia: QUEM DANÇA É MAIS FELIZ - Parte 8

     Olá pessoal! Já estamos chegando ao fim da Monografia. Este capítulo fala sobre Mobilidade, tópico super pertinente à dança. A qualidade dos  nossos movimentos reflete diretamente na nossa expressão, espontaneidade, criatividade, prazer e dança!
     Boa leitura!!!


QUEM DANÇA É MAIS FELIZ: AUMENTANDO A VITALIDADE POR MEIO DA BIOENERGÉTICA E DA DANÇA DE SALÃO 


Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista em Psicoterapia Corporal no Curso de Pós Graduação em Psicologia Corporal, Instituto Reichiano.



12 MOBILIDADE

     A mobilidade natural do corpo se refere aos movimentos espontâneos ou involuntários sobre os quais são sobrepostos os movimentos conscientes maiores. Para Lowen (1984, p. 42), a mobilidade de uma pessoa se reflete na vitalidade de sua expressão facial, na qualidade de seus gestos e na extensão de suas reações emocionais. “A mobilidade corporal é a base de toda espontaneidade, que por sua vez é ingrediente essencial tanto do prazer como da criatividade”. Todo espasmo muscular crônico é uma limitação da liberdade do movimento e expressão do indivíduo. É portanto uma restrição da sua capacidade de prazer.
     Um corpo vivo está em constante movimento, só na morte ele está totalmente parado. Um corpo sadio está em constante estado de vibração, quer desperto ou dormindo, ondas pulsatórias se desenvolvem e se espalham pelo corpo como no batimento cardíaco que pulsa através das artérias e nos movimentos peristálticos do intestino, por exemplo. Lowen (1984, p. 42) relata que as ondas respiratórias associadas com os movimentos da respiração são as ondas pulsantes básicas do corpo e que quando essas ondas passam pelo corpo, ativam todo sistema muscular. A respiração fornece a energia para os movimentos.

A limitação da respiração impõe uma limitação sobre toda a mobilidade do corpo. (...) Sua livre movimentação garante a espontaneidade dos sentimentos e sua expressão. Isso significa que enquanto a respiração for plena e completa, não há bloqueios para o fluxo de sentimentos. A respiração leva ao movimento que é o veículo para a expressão do sentimento. (LOWEN 1984, p.42).

     Uma carga energética na musculatura produz a vibração, como uma corrente que passa por um fio elétrico. A falta de vibração é uma indicação de que a corrente de excitação ou carga está ausente ou muito reduzida. A qualidade de vibração de um corpo diz em que condições ele está. Quando há saúde, as vibrações do corpo são relativamente leves e constantes, como o som do motor de um carro em funcionamento. Quando o motor do carro é desligado, as vibrações cessam. “Da mesma forma, podemos dizer que indivíduos cujos corpos não vibram estão mortos emocionalmente.” (LOWEN, 1984, p. 42). Por outro lado, um corpo que treme violentamente é como um carro com o motor desregulado. Vibrações abruptas num corpo são sinal de que a excitação ou carga não está fluindo livremente, que está passando através de músculos espáticos ou cronicamente tensos. “Quando as tensões são aliviadas ou o músculo relaxa, as vibrações tornam-se mais sutis, dificilmente perceptíveis na superfície e são experienciadas como um delicioso ronronar.” É melhor tremer a não vibrar de jeito nenhum. Existem condições onde o corpo treme devido a uma carga extremamente intensa, como raiva, medo e agitos de soluço, momentos de plena vitalidade. (LOWEN & LOWEN, 1985, p. 16).
     Lowen (1984, p. 43) adere os “problemas de regulagem” no corpo humano às tensões musculares crônicas que “desenvolvem-se como inibições de impulsos e não podem ser eliminadas definitivamente a não ser pela liberação do movimento inibido.” Todo músculo cronicamente tenso é um músculo contraído que precisa ser estirado para ativar seu potencial de movimento. O estiramento do músculo, um tecido elástico, faz com que ele vibre levemente ou até num forte tremor, dependendo do grau de tensão e extensão. Qualquer que sejam suas qualidades, as vibrações servem para afrouxar a contratilidade crônica dos músculos.
     Quando o fluxo de uma excitação, como prazer, angústia ou raiva, por exemplo, é inibido, a musculatura é contraída, fazendo com que ela enrijeça e gere a hipertonia. Quando o impulso é recuado para o inconsciente e deixamos de fazer contato com ele, a área do corpo que deveria estar envolvida na expressão é amortecida, perdendo os sentimentos e sensações normais, ocasionando a hipotonia. Para entender as alterações do tônus muscular, é importante considerar os fluxos de energia no organismo, dado que a hipotonia muscular está intimamente ligada a condições de baixa carga na região afetada. A falta de tônus, que é o gerador de limite, permite que a energia vaze, Na região hipertônica há grande concentração de energia, porém preza. (REGO, 2008).
     Uma boa mobilidade faz-se necessário para ser tornar um bom dançarino. As tensões musculares crônicas limitam a liberdade do movimento e por consequência a expressão do dançarino. Quanto mais rígido o corpo, mais limitados e mecânicos são os movimentos e, menos graciosidade e sentimento possuem, o que faz com que a dança seja sem expressão e por consequência sem vitalidade. O cavalheiro com essa característica tende a apresentar conduções mais fortes, muitas vezes sendo brutas e desconfortáveis, e as damas, por sua vez, com a musculatura dos braços e ombros contraídos, à limitar a condução dos movimentos e a serem mais pesadas para conduzir. Quanto mais amortecido ou mole o corpo menos energia ele possui, mais lentos e descoordenados são seus movimentos, menores seus reflexos, e mais baixa sua resistência. O dançarino com essa característica possui pouca identificação com o corpo e seus movimentos aparentam um grande esforço, o cavalheiro apresenta dificuldades para que sua condução seja compreendida e a dama não responde a conduções ou a faz de forma lenta e atrasada. A dança é uma ótima forma de tonificar a hipotonia, fazendo com que o corpo se carregue com mais energia e que adquira mais firmeza e resistência. Em compensação, se mal trabalhada pode aumentar a rigidez em hipertonias e contrair musculaturas normais.


REFERÊNCIAS
REGO, Ricardo Amaral. A vida é dura para quem é mole: Considerações sobre aspectos psicológicos da hipotonia muscular. Monografia (Formação em Análise Bioenergética) – Instituto de Análise Bioenergética de São Paulo, São Paulo, 2008.
LOWEN, Alexander. Prazer: uma abordagem criativa da vida. São Paulo: Summus, 1984.
LOWEN, Alexander; LOWEN, Leslie. Exercícios de bioenergética: o caminho para uma saúde vibrante. São Paulo: Ágora, 1985.


     Um conteúdo a mais podem ser encontrado numa postagem que escrevi aqui do Blog em 2012, O Tônus Muscular na Dança de Salão, inclusive ela contribuiu para este capítulo da Monografia.